Ao pensar em fazer negócios ou obter rendimentos em Espanha, a maioria dos estrangeiros concentra-se nas estruturas societárias, no imposto sobre o rendimento ou na regulamentação imobiliária. No entanto, há um aspeto que frequentemente apanha os não residentes de surpresa: o Impuesto sobre el Valor Añadido (IVA), também conhecido como Value Added Tax (VAT). Quer trabalhe como freelancer (autónomo) fora do país, dirija uma loja de comércio eletrónico com clientes espanhóis ou simplesmente emita faturas a empresas espanholas por serviços prestados, é fundamental esclarecer quando e como o IVA pode aplicar-se às suas transações.
Este artigo pretende desmistificar o complexo mundo do IVA espanhol para não residentes. Vamos responder a perguntas como: Devo cobrar IVA aos meus clientes espanhóis se vivo noutro país? Como posso pedir o reembolso do VAT que paguei em Espanha? O que acontece se preencher mal as minhas declarações de IVA e tiver problemas com Hacienda (a Autoridade Tributária espanhola)? Abordaremos igualmente alguns riscos potenciais — como multas ou bloqueios de pagamentos — e daremos conselhos práticos para o manter longe de dores de cabeça em matéria de cumprimento fiscal. Por fim, disponibilizaremos um claro: “Get Expert Advice on Spanish VAT Rules” para quem necessitar de apoio personalizado.

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Precisa de cobrar IVA em Espanha sendo estrangeiro?
Esta é a pergunta que muitos não residentes fazem: “Se não estou sediado em Espanha, sou obrigado a acrescentar IVA às minhas faturas?” A resposta curta depende de vários fatores, incluindo o seu país de residência, a localização dos seus clientes e se está a fornecer bens ou serviços. Em muitos cenários, pode não ter de cobrar IVA se estiver efetivamente fora da UE ou se o serviço for considerado prestado noutra jurisdição. Mas noutros casos — especialmente se a sua empresa tiver um fixed establishment em Espanha ou se for considerada ter uma “presença significativa” — poderá ter obrigações de IVA espanhol.
Por exemplo, uma designer gráfica sediada no Reino Unido que trabalhe com clientes espanhóis pode não precisar de cobrar IVA espanhol se os seus serviços forem considerados “exportados”. Contudo, se viajar periodicamente para Espanha para realizar o trabalho no local ou se abrir um escritório local, a Agencia Tributaria (Autoridade Fiscal espanhola) poderá encarar esses ingressos como rendimentos domésticos sujeitos a IVA. Além disso, os cenários B2C (business-to-consumer) diferem dos B2B (business-to-business), sobretudo se os seus clientes forem consumidores finais em Espanha.
Fatores a considerar:
- Onde o serviço ou produto é «entregue» ou «consumido»
- Se está a lidar com consumidores individuais (B2C) ou empresas registadas (B2B)
- As regras específicas de IVA na União Europeia vs. países fora da UE
- Se possui um «permanent establishment» em Espanha segundo os critérios da Hacienda
Como estas regras são complexas, os não residentes nunca devem assumir que “não há IVA a pagar” sem confirmar os detalhes. Erros de classificação podem levar a cobranças incorretas de IVA e subsequentes multas.
Dica: Verifique se existe um special arrangement para o seu país. Isso pode esclarecer regras específicas sobre a tributação de serviços ou bens transfronteiriços.
Se descobrir que tem de cobrar IVA aos seus clientes espanhóis, terá de se registar na Spanish Tax Authority para efeitos de VAT. Isso poderá implicar obter um NIF (Número de Identificación Fiscal) ou um EU VAT number se operar dentro da União Europeia. Para cidadãos de fora da UE, o cumprimento local pode ser mais complexo, e alguns optam por contratar um Gestor (consultor administrativo) ou especialista fiscal em Espanha para tratar das declarações e pagamentos trimestrais.
Compreender a diferença: residente vs. não residente para IVA

Legalmente, ser residente fiscal ou não residente em Espanha pode alterar significativamente a forma como o IVA é aplicado e gerido. A residencia fiscal geralmente significa viver em Espanha mais de 183 dias por ano ou ter no país a principal base dos seus interesses económicos. Se cumprir esses critérios, poderá ter de se registar como contribuinte residente. Por outro lado, os não residentes costumam ter obrigações limitadas, mas não estão totalmente isentos — especialmente se fizerem negócios ou possuírem bens em Espanha.
Algumas distinções importantes:
- Empreendedores residentes/autónomos devem apresentar declarações regulares de IVA (por exemplo, Modelo 303) e um resumo anual (Modelo 390). Deduzem o IVA soportado (IVA de entrada) do IVA repercutido (IVA de saída) e pagam a diferença à Agencia Tributaria.
- Não residentes podem ter de declarar apenas determinadas transações, como vendas de serviços digitais na UE ou vendas diretas a consumidores finais em Espanha. Em alguns casos, podem utilizar o regime One-Stop Shop (OSS) para empresas da UE ou o Non-Union OSS para fornecedores não-UE de serviços digitais.
- Proprietários de imóveis: Se alugar a sua propriedade espanhola a turistas (e a gerir diretamente, em vez de através de uma agência imobiliária), poderá ter de se registar e cobrar IVA se o arrendamento for considerado um “serviço” (como fornecer comodidades tipo hotel). Contudo, os arrendamentos de longa duração são geralmente exento de IVA (isentos de VAT).
Esta distinção entre residência e não residência pode ser complicada, porque o teste final é muitas vezes económico e não meramente geográfico. Se servir sistematicamente clientes espanhóis e as suas operações parecerem “baseadas” em Espanha, poderá ser considerado uma empresa residente de facto. É aconselhável clarificar o seu estatuto o quanto antes para evitar pagamentos globais de IVA ou multas da Hacienda no futuro.
Como pedir reembolsos de IVA em Espanha se vive no estrangeiro

Os estrangeiros que se deslocam regularmente a Espanha em negócios — para adquirir material ou participar em conferências — perguntam-se frequentemente se podem obter o reembolso do IVA espanhol. A União Europeia disponibiliza mecanismos para reembolsos transfronteiriços de VAT, mas o processo depende de ser residente na UE ou fora dela. Além disso, a Hacienda impõe prazos rigorosos e exigências documentais estritas para estes pedidos de reembolso.
Cenários gerais de reembolso de IVA:
- Empresas da UE: Se a sua empresa estiver estabelecida noutro Estado-Membro, pode usar o procedimento de EU VAT Refund (8th Directive). Normalmente, apresenta o pedido através do portal fiscal do seu país, que o encaminha para Espanha. Tem de apresentar faturas válidas e garantir que o IVA foi corretamente cobrado.
- Empresas de fora da UE: Geralmente, têm de enviar um pedido em papel diretamente à Hacienda, anexando as faturas originais e a documentação pertinente.
- Reembolsos para turistas: Se visitar Espanha apenas como turista e comprar bens para levar consigo, muitas lojas oferecem um mecanismo de tax-free shopping. Paga IVA na loja e depois recebe um reembolso parcial no aeroporto ao sair da UE. Este processo é diferente dos reembolsos para negócios.
Tenha em conta que os procedimentos de reembolso em Espanha podem ser mais burocráticos do que noutros Estados da UE. Falhas em dados das faturas — como o seu nome ou o ID de IVA da empresa — podem originar a rejeição do pedido. Os prazos também contam: por exemplo, normalmente deve apresentar pedidos referentes ao ano civil anterior até 30 de setembro do ano seguinte (em contexto UE). Os pedidos de fora da UE podem ter prazos diferentes, por isso consulte atentamente as orientações da Agencia Tributaria.
Exemplo: Um consultor freelance americano participa num congresso de tecnologia em Madrid, incorrendo em custos de hotel e transporte com IVA incluído. Se o seu trabalho de consultoria for reconhecido como atividade empresarial, poderá reaver parte ou a totalidade desse IVA, mas apenas se seguir o procedimento correto e guardar toda a documentação original.
Não apresentar os seus pedidos a tempo significa abdicar desse dinheiro — e, em certos casos, a Agencia Tributaria pode reter os seus fundos se suspeitar de declarações incompletas ou incorretas. Por isso, se suporta IVA espanhol com frequência, considere obter aconselhamento profissional para garantir que não perde dinheiro que pode legalmente recuperar.
Penalizações de IVA em Espanha: o que acontece se falhar?
Um dos maiores “pontos de dor” para não residentes com obrigações de IVA em Espanha é o risco de sanções da Hacienda. Declarações incorretas ou incompletas podem levar a multas, juros ou mesmo a bloqueios de pagamentos em contas bancárias. O problema agrava-se se não tiver uma presença local para receber as notificaciones oficiais. Pode nem se aperceber de que infringiu alguma regra até ser tarde demais.
Motivos comuns para penalizações:
- Falha em registar-se para IVA: Se deveria ter cobrado IVA mas nunca se registou, a Hacienda pode cobrar impostos em atraso, além de multas por entrega tardia.
- Entrega fora do prazo: As declarações trimestrais ou mensais (por exemplo, Modelo 303) têm prazos rigorosos. Perder um prazo gera recargos que aumentam com o tempo. A reincidência resulta frequentemente em sanções mais pesadas.
- Subdeclaração de vendas: Declarar menos IVA repercutido do que efetivamente cobrou aos clientes pode levar a investigação e multas subsequentes, especialmente se a Hacienda suspeitar de intenção deliberada.
- Faturação incorreta: A legislação espanhola exige dados específicos nas faturas, incluindo NIF, a taxa correta e a menção “IVA incluido” quando aplicável. Dados em falta ou incorretos podem ser motivo para penalizações.

As penalizações variam consoante a gravidade da infração e se a Hacienda considera que houve negligência ou intenção dolosa. As multas podem ir de uma pequena percentagem do imposto em falta a montantes substanciais que podem comprometer uma pequena empresa. Além disso, a Hacienda tem autoridade para congelar contas bancárias espanholas ou colocar embargos sobre ativos se as dívidas não forem pagas.
Lembrete: Se estiver fora de Espanha, a Hacienda pode, ainda assim, avançar com medidas de execução, sobretudo se mantiver uma conta bancária local, propriedade ou qualquer outra presença económica no país.
Se detetar um problema — como declarações em falta ou IVA cobrado incorretamente — é muitas vezes melhor corrigi-lo voluntariamente através de declarações retificativas (por exemplo, declaración complementaria). Fazê-lo antes de uma auditoria ou de um aviso oficial pode reduzir potenciais multas. Uma vez iniciada uma investigação formal pela Hacienda, as hipóteses de obter dispensa de penalizações diminuem consideravelmente.
Exemplos de problemas típicos de IVA para não residentes
Cenário A: Anna, consultora sediada na Suíça, voa regularmente para Espanha para realizar workshops numa empresa de Madrid. Emite faturas ao cliente sem IVA, presumindo que a sua empresa é totalmente “suíça”. No entanto, a Hacienda determina que, por desempenhar parte do trabalho em Espanha, poderá ter de contabilizar o IVA local. Quando Anna tenta receber o pagamento final, a empresa espanhola retém os fundos, alegando possíveis “questões de conformidade fiscal”. Anna acaba por precisar de um asesor fiscal em Espanha para resolver a situação e desbloquear o pagamento.
Cenário B: Uma loja de comércio eletrónico dos EUA vende bens a consumidores espanhóis. A loja utiliza um centro logístico em Barcelona e envia mercadorias diariamente. Ao ultrapassar determinados limiares, é considerada possuir um “armazém” em Espanha, necessitando efetivamente de registo local de IVA. A falta de registo resulta numa notificação de penalização da Hacienda meses depois — altura em que a loja já deve milhares em impostos atrasados.
Cenário C: Marco, programador italiano, participa em eventos em Espanha e acumula despesas de hotel e restaurante com IVA espanhol. Tenta reclamar o reembolso de VAT através do portal transfronteiriço da UE, mas esquece-se de incluir todos os dados das faturas. A Agencia Tributaria rejeita o pedido. Quando corrige a candidatura, o prazo já passou e perde a oportunidade de recuperar esse IVA.
Estes casos mostram a importância de conhecer as regras locais e de como podem aplicar-se de forma diferente aos não residentes. Ao tomar as medidas corretas e assegurando o cumprimento, pode evitar dores de cabeça, fundos bloqueados e eventuais multas relacionadas com os regulamentos espanhóis de IVA.
Lista de verificação para não residentes que tratam do IVA em Espanha
Segue-se uma lista de referência rápida para ajudar a si ou à sua empresa a cumprir mais facilmente as obrigações de IVA em Espanha:
- Determinar a responsabilidade: Esclareça se os seus bens ou serviços estão sujeitos a IVA espanhol. Avalie se tem um permanent establishment ou se o consumo ocorre em Espanha.
- Registar-se corretamente: Se necessário, obtenha um NIF espanhol ou um EU VAT number. Esteja atento aos thresholds para serviços ou bens transfronteiriços dentro da UE.
- Faturar corretamente: Certifique-se de que cada fatura inclui os dados necessários — o seu ID de IVA, informação do cliente, a taxa correta ou a menção “IVA no incluido” / “IVA incluido” conforme aplicável.
- Entregar declarações a tempo: As declarações de IVA em Espanha são geralmente trimestrais (ou mensais, para certas grandes empresas). Não cumprir prazos resulta em recargos ou penalizações.
- Manter registos: Guarde todas as faturas, recibos e comunicações. Se planeia deduzir IVA soportado (input VAT), tem de ter faturas válidas que cumpram os requisitos da Hacienda.
- Monitorizar os limites: Para comércio eletrónico ou serviços digitais, verifique se está perto dos limiares de vendas à distância da UE ou outros gatilhos que possam localizar as suas obrigações fiscais em Espanha.
- Considerar apoio profissional: Um asesor fiscal ou Gestor pode tratar das declarações locais e das comunicações com a Hacienda, reduzindo o risco de erros de conformidade.
Seguir estes passos ajudará a garantir que as suas operações em Espanha continuam lucrativas — e livres de armadilhas relacionadas com o IVA.
Precisa de ajuda? Obtenha aconselhamento especializado sobre as regras de IVA espanholas
Se não tem a certeza de como o IVA se aplica ao seu negócio internacional ou à sua situação pessoal, não deixe ao acaso. Quer tenha de cobrar IVA espanhol, pedir reembolsos ou corrigir erros do passado, o aconselhamento personalizado costuma poupar muito tempo e dinheiro. A nossa equipa especializada de Spanish Tax Lawyers e Asesores Fiscales pode:
- Determine se é legalmente obrigado a cobrar IVA aos seus clientes espanhóis
- Ajudar a registar-se para IVA ou a obter um NIF ou EU VAT number
- Preparar e apresentar as suas declarações trimestrais ou mensais de IVA à Hacienda
- Ajudar a reclamar VAT refunds se tiver direito ao abrigo da UE ou de acordos bilaterais
- Resolver de forma eficiente controversias de IVA, multas ou auditorias existentes
Não arrisque penalizações ou complicações legais. Contacte-nos hoje mesmo e deixe os nossos especialistas garantir a sua conformidade com as regras de IVA espanholas.
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Reflexões finais sobre o tratamento do IVA em Espanha como não residente
As regras espanholas de IVA para estrangeiros podem parecer complexas, mas, uma vez que mapeie os seus fluxos de negócios — onde os seus bens ou serviços se originam, onde são consumidos e a natureza da sua clientela — poderá, muitas vezes, encontrar um caminho de conformidade simples. Os passos principais incluem registar-se, faturar corretamente, declarar a tempo e conhecer os seus direitos de reembolso.
Lembre-se de que a residencia fiscal é apenas uma parte do quebra-cabeças. Mesmo sendo não residente, pode ter de lidar com IVA. Não compreender e respeitar estas obrigações pode levar a multas, transações bloqueadas ou problemas legais maiores com a Hacienda. Por outro lado, o cumprimento correto — com faturas exatas, declarações oportunas e reembolsos estratégicos — pode ajudar o seu empreendimento internacional a funcionar de forma suave e rentável.
Em última análise, a chave é manter uma documentação organizada de cada transação que envolva clientes ou fornecedores sediados em Espanha. Se a sua situação envolver vários países, línguas ou modelos de negócio, a experiência profissional torna-se ainda mais vital. Um pouco de planeamento proativo pode poupar tempo, dinheiro e stress no futuro.
Em conclusão, se tiver dúvidas sobre as suas obrigações de IVA ou já pressentir um potencial conflito com a Hacienda, vale a pena procurar aconselhamento especializado. As leis sobre VAT em contextos transfronteiriços estão em constante evolução — especialmente com a crescente prevalência de serviços digitais e e-commerce. Ao manter-se à frente das mudanças, protegerá o seu negócio, a sua reputação e o seu resultado financeiro.
Guia em Vídeo para compreender problemas com IVA em Espanha para Não-Residentes
Aqui partilhamos um guia em vídeo que explica como funciona o IVA/VAT em Espanha.
![ABOGADO PARA RECURSO CONTRA HACIENDA [ÁLVARO SÁEZ]](https://mlgw227z1iku.i.optimole.com/cb:LM5n.53bfa/w:235/h:70/q:mauto/f:best/ig:avif/https://saez.law/wp-content/uploads/2021/06/LOGO-ABOGADO-IMPUESTOS.png)